domingo, 20 de março de 2011

Folk you

Bem... Eu tava querendo escrever a MUITO TEMPO aqui em razao de muitas coisas que fiz desde o meio das férias, sendo a principal delas o término da leitura do Conde de Monte Cristo, talvez a melhor leitura que tive na vida (de livro). Mas acho que ficar esperando a inspiracao chegar é inútil, ela pode eventualmente vir, mas a forma mais segura de escrever bem é escrever muito. É literalmente uma questao de treino e acúmulo de xp na arte da escrita. Portanto, decidi que independente do que vier com esse texto, vou apenas postar alguma coisa.
Vocês podem ver que hoje é dia 20/03, e o que isso quer dizer para mim é que eu voltei a ter aulas na Fafich. Eu já havia comentado do significado maior dessas férias para mim, mas é com o desenrolar das férias e principalmente, a transicao desta para as aulas que me fazem perceber tanto as diferencas entre estar de férias e non estar. Durante as férias eu de fato encontrei muitas coisas interessantes para fazer, por non me preocupar com o tempo at all. Eu decidi tirar o atraso de obras paradas a tempo, como o primeiro volume de Don Quixote (leitura ótima, que me inspirou muitas boas reflexoes, me ajudou muito a enxergar o comportamento da época retratada no contexto e visao de alguém que a viveu, e principalmente influenciou meu linguajar bastante durante a época da leitura xD) e o término da leitura do Conde de Monte Cristo (leitura extremamente rica, difícil, pesada e linda, com referências de todos os tipos à época retratada também por um autor que a viveu, aos autores, artistas de todo tipo, reis e reinos. Mas o melhor da leitura é como Dumas consegue explorar o oceano psicológico e as vivências de seus personagens, como suas vidas se entrelacam, e como ele consegue retratar tantas questoes filosóficas importantes de traicao, vinganca, honra, valores, humildade e aquela velha questaozinha da nossa funcao no mundo...é lindo como non dá para imaginar.).
Além de terminar essas leituras, li muitas coisas compradas na época mesma, em sua maioria, quadrinhos. Muitos foram comprados para mim, mas como dei muitos presentes (todos eles quadrinhos) para muitas pessoas, eu li todos eles antes de da-los e foram todas leituras muito ricas. Elas variaram desde uma quadrinizacao do poema "The raven" de um daqueles autores que todo faficheiro tem que fingir ter lido, o distintíssimo Edgar Allan Poe (que pra alguém que nunca leu nada do autor, foi muito interessante e legal), à história de Sun Wukong, o Rei dos Macacos que desafia os deuses com seu grande poder e astúcia e é por fim subjugado por Buda a servir de guarda costas a um monge chinês que tem a missao de resgatar os pergaminhos do Grande Veículo Budista (budismo Mahayana) na Índia (história linda, com tracos no estilo chinês antigo, muito phoda). Li também o "Minha Vida" de Robert Crumb, autobiografia em quadrinhos de um dos mais sensacionais quadrinistas do século que vivenciou com visao crítica e também autocrítica muito do que rolou desde 1950 até hoje nos EUA e no mundo, história comprada para o aniversário de meu amiguinho completamente insano Viktor Krum Hugus Thorris. Já o enorme livro "Nova York - Vida na grande cidade", é um maravilho livro do avô dos quadrinhos, Will Eisner, um dos primeiros quadrinistas profissionais do mundo, que retrata com a visao de um poeta antropólogo urbano cenas do cotidiano de Nova York sob a visao de vários de seus "tipos urbanos". Sao histórias lindas e comoventes que eu espero embora duvide que a pessoa que ganhou tal livro vá ler: meu pai.
Minhas férias incluíram também aventuras emocionantes, como a festinha na casa da srta Damis que eu quase fiquei tempo o suficiente se non fosse a comemoracao do aniversário de Viktor no mesmo dia. A primeira teve legal pra conhecer os amigos insanos dela e beber LICOR DE PINGA com eles (o que é delicioso, btw). A segunda foi um evento de bebemorar no Stadt Jever, encontrando non somente o aniversariante, como óbviamente, o primo do Pirú (Leo) e alguns de seus amigos, comer muito bem e ser feliz. Saí aleatóriamente por vezes e encontrei com amigas lindas e super legais como a srta Rodrigues (que tem uma afilhada linda agora) e a srta Castanha.
Muitas saídas com os casais da vez: Tutoo/Ziza, Victones/Laurógenes, Luken/Amandao/Fluffy tendo por vezes Smígol e Olívia por perto. Saídas emocionantes, as vezes tendo videogame (ÓWRÁIT!!!), às vezes tendo filmes (YEAH!), às vezes tendo filmes cult (hun?), SEMPRE tendo porcaritos pra comer (nem comento), e às vezes tendo outras pessoas, como Felipesco, Donald, Davi e outras pessoas legais que por uma razao ou outras non encontrei muito nas férias.
Níver do Vickie reuniu TUDO isso, mas principalmente muito videogame e gritaria (BE-BE-BE-BEHOOOOOOOOOLD MA PÁUAR!).
Gostaria MUITO de ter encontrado minhas maninhas adotadas de coracao, mas non foi dessa vez...
Vejamos. Si, eu comecei a praticar Wing Tjun, e essa é de fato a primeira vez que estou feliz, empolgado e contente praticando uma arte marcial. Penso nas técnicas que aprendo, nas filosofias chinesas que tenho estudado e na história da China e do Kung Fu, e esse enriquecimento me tem feito muito bem. Comecei a fazer musculacao também e estou ainda tentando me acostumar ao ritmo de vezes na academia. Mas creio estar indo bem =)
Outras coisas que rolaram nas férias foram muitas reflexoes interessantes sobre o que fazer com minha vida, que tiveram muita influência dos quadrinhos, de Jung, do início da minha releitura de Berserk e do meu interesse pela área da comunicacao e letras. Digamos que algo em torno de estudar o funcionamento dos quadrinhos como meio de transmissao de idéias, e textos dos mais variados tipos. E isso ao menos definiu que minha formacao complementar non vai ser nem psicologia nem socioambientais. Serááááá...Communication!

E enfim, eis que as férias acabaram, com a transicao do Carnaval e o início do trabalho no Gesta. Sobre o Gesta, tenho me empolgado bastante por trabalhar lá, mas ainda tenho muito que crescer para estar à altura de qualquer um lá, pois todo mundo parece tao mais phoda e experiente que eu. Sobre o Carnaval, eu havia me decidido por ficar em BH pra curti-lo em Sta Teresa, mas acabei por non fazer NADA além de ver replays de Starcraft II, reler Berserk, baixar e ouvir Folk Metal e jogar RPG.
O níver do Fluffy e da Gabi eu non vou comentar por aqui por...porque eu non to a fim agora, mas digo que eles foram legais e curti muito eles.

Já na primeira semana de aulas, revi pessoas da minha salinha e conheci metade de meus professores. Clima de Fafich me cansa um pouco, e a rotina é algo para o que eu tentei me preparar mas já estou me dando conta do quanto vou precisar de disciplina e de desenvolver alguns hábitos e estratégias para lidar com os famosos corredores da fafich e seu universo de pessoas. Sempre tem gente que non vale a pena ver, hora que non dá pra você ver gente que você non consegue evitar conversar, e lugares que você non deve visitar em determinados momentos. E eu ainda preciso de mais o que fazer.

POR FIM, o dia de Sao Patrício. Non vou nem me dar ao trabalho de falar em inglês. Bem, pra mim foi empolgante participar pela primeira vez de uma comemoracao desse dia, uma vez que TODAS AS OUTRAS eu comemorei sozinho e autista, vestindo verde numa comemoracao de pouco sentido. Dessa vez, mesmo tendo sido a festa organizada nada mais que uma micareta, foi um dia em que me vesti com minhas roupas mais orgulhosamente verdes, bebi hidromel pela primeira vez, encontrei alguns amigos por pouquíssimo tempo, me perdi de todo mundo toda hora, mas volta e meia encontrava outra pessoa. No fim, as partes mais legais foram com o Viktor mesmo, que me entreteu muito com o efeito de beber vodka nonstop por 5 horas. Mas non cheguei a fazer nada que realmente valesse muito a pena, e o que foi mais legalzinho foi ir comer pizza com Caixeta, Vickie/Laura e Tutoo/Ziza.
Explicacao para a micaretagem: é tipo assim: o dia de sao patrício non é conhecido em BH. quem quiser financiar uma festa dessas precisa popularizar. o financiador tem medo de que as pessoas de BH non curtam tanto os aspectos mais típicos como dancas alegres, músicas típicas, bebidas diferentes, apresentacoes legais, blocos de ruas com kilts e gaitas de foles, coisas assim. daí ele investiu no que é mais seguro dos brasileiros curtirem e que ainda tem a ver com a festa: beber cerveja e inventar uma desculpa de festa temática (vistam verde) pro povo se pegar e se embriagar.

Hoje non fiz NADA que preste. Eu vi replays, comi, vi dois episódios de South Park (um deles ótimo) e por fim me cansei de tudo e resolvi sair andando ouvindo músicas com um livro na mao para talvez ler (Cartas da Mae). Foi daquelas saídas que non me levaram a lugar nenhum, mas que durante o andar me fizeram esvaziar raivas, extravasar sentimentos ruins, sentir outros sentimentos ruins, mas principalmente, me ajudou a lidar com eles bem. E o que me ocorreu de melhor, foi na volta olhar pra lua. Pois a lua HOJE estava linda pra mim. HOJE ela estava grande e viva e linda, e HOJE ela de fato mexeu comigo, diferente de ontem. E hoje eu ao menos voltei sentindo a melancolia bonita que me faz pensar que se o dia foi chato e tosco, isso non tem necessariamente muita importância, e que há tanta coisa linda pra eu pensar, ver e tentar ainda. Mesmo a despeito de tanta coisa ruim que entra na minha vida e non sai. Se non sai, quem sabe non era pra sair mesmo e eu devia era ver o que eu faco pra conviver com elas?

Bem, boa noite pra vocês que chegaram até aqui, abracos virtuais e até a próxima!