sábado, 2 de abril de 2011

Uma rosa de plástico e alumínio

Ontem eu saí pra conversar com a Taísa. A gente non foi assistir filme, e fomos pra pizzaria. O Flávio e o Caixeta até apareceram lá. Eventualmente a Taísa teve que ir embora. E o Flávio também se foi. Achei o Chicó. E na hora de se despedir de todos, eu reencontrei no chao, muito surpreendido, uma rosa. Uma rosa caída, de plástico e com um cabo de alumínio. O amor ontem precisava muito me falar alguma coisa e eu percebi o quanto que eu precisava me aprimorar em experiências como um vetor de amor, antes que as paredes que o prendem se queimem com sua energia e o amor se gaste sem frutos e minha energia se vá sem valor.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O quase insustentável peso de amar

Sei que tem gente que vai considerar essa frase um grande exagero. Mas nem tudo que eu falo diz apenas o que ela afirma, e esse é um daqueles casos em que, além de obviamente non literal, quis apenas brincar com o sentido das palavras que compoem a tal frase.
Hoje eu apenas quero brincar um pouco com o tema do amor, só porque tem certas facetas do amar que sao muito bem vividas ao serem compartilhadas no silêncio solitário de uma noite, na reflexao profunda ou casual, sentida no entanto com a mais poderosa intensidade.
Dumas soube brincar muito bem com essas palavrinhas e com as emocoes...A forma com que ele desenvolve temas tao belos como a paixao, a dor, a melancolia, a nobreza, a honra, o desespero, a fé e a redencao é formidável, linda... Como na música que serve como abertura à adaptacao em anime da série, "We were lovers", que resume os temas que gostaria de abranger caso isso non fosse expor antecipadamente a beleza da obra...
"Harsh words were said, and lies were told instead.
I didn't ever mean to make you cry.
But love can make us weak and make us strong.
And before too very long.
I was totally in love with you, I bathed in you,
Lost in you, captivated by you,
Amazed by you, dazed by you.

Nothing can go wrong.
Nothing can go wrong.


So tonight I'll sing a song to all my friends,
Also to those we won't be seeing again.
To those I knew and those I still adore,
And I want to see once more...
I just pray that you will love me and trust me,
Laugh with me and cry with me,
Spend those silent times with me.

Love me evermore.
Love me evermore.

You and I were lovers.
Our dreams were not soured by life.
And then my friends betrayal
Meant you never would be my wife.
Harsh words were said, and lies were told instead.
I didn't ever mean to make you cry.
But love can make us weak and make us strong.
And before too very long,
I was totally in love with you, I bathed in you,
Lost in you, captivated by you,
Amazed by you, dazed by you.

Nothing can go wrong.
Nothing can go wrong."

Acho de uma grandiosa sensibilidade.

Hoje me sinto especialmente tocado pela energia do amor em seus aspectos mais difíceis de retratar.
Hoje sinto a dor dos erros que cometi e dos erros que non pude evitar. Hoje sinto a marca de cicatrizes queimar forte, e non só as minhas. Meu melhor amigo dói. MUITO. E eu ainda sinto a dor que senti em situacao similar. E unidos na dor ainda non podemos muito além de construir sentido pra ela e nela forjarmos nossa alma e coracao. "Did I only temper my strenght and moves with my training and life threatening battles? NO, the first thing I tempered was my own heart, right?!" É fato. É nosso coracao que devemos forjar primeiramente, para dar sentido a todo o resto que nos cerca. E é com fé e com coragem que quero expor meu coracao ao martelo do destino e assim produzir as faíscas, centelhas de sentido para minha vida.
É a beleza dessas centelhas que me faz chorar e achar mesmo a mais profunda dor de uma beleza incomparável.

Disse o Conde de Monte Cristo que em duas palavras pode-se concentrar toda a sabedoria humana: "Esperar e ter esperanca."
E é a mais pura verdade no que diz respeito à dores que devemos sentir, dar valor e com isso dar a elas seu sentido. Devemos viver e procurar sentido para cada golpe, cada centelha de dor ou alegria, cada marca deixada em nós, para que possamos nos conhecer e nos preparar para o dia em que vamos si encontrar de novo uma forma de conviver com nós mesmos, nos aceitando em nossos erros, acertos, limites e escolhas.

Eu quero sempre amar. Eu non consigo evitar, e é com isso que devo aprender a conviver. Pois meu amor vem com respeito e experiência, e sao eles que me impedem ainda de obter do amor mais que a gratidao pelo carinho que dou. O amor é recíproco em si próprio, mas non mais em sua forma (terá ele um dia sido assim?).

Coragem. Coragem eu enfim desejo a todos que ainda sabem que devem amar. Pois é a coragem que dará mais sentido e forca ao amor que nos leva adiante.

domingo, 20 de março de 2011

Folk you

Bem... Eu tava querendo escrever a MUITO TEMPO aqui em razao de muitas coisas que fiz desde o meio das férias, sendo a principal delas o término da leitura do Conde de Monte Cristo, talvez a melhor leitura que tive na vida (de livro). Mas acho que ficar esperando a inspiracao chegar é inútil, ela pode eventualmente vir, mas a forma mais segura de escrever bem é escrever muito. É literalmente uma questao de treino e acúmulo de xp na arte da escrita. Portanto, decidi que independente do que vier com esse texto, vou apenas postar alguma coisa.
Vocês podem ver que hoje é dia 20/03, e o que isso quer dizer para mim é que eu voltei a ter aulas na Fafich. Eu já havia comentado do significado maior dessas férias para mim, mas é com o desenrolar das férias e principalmente, a transicao desta para as aulas que me fazem perceber tanto as diferencas entre estar de férias e non estar. Durante as férias eu de fato encontrei muitas coisas interessantes para fazer, por non me preocupar com o tempo at all. Eu decidi tirar o atraso de obras paradas a tempo, como o primeiro volume de Don Quixote (leitura ótima, que me inspirou muitas boas reflexoes, me ajudou muito a enxergar o comportamento da época retratada no contexto e visao de alguém que a viveu, e principalmente influenciou meu linguajar bastante durante a época da leitura xD) e o término da leitura do Conde de Monte Cristo (leitura extremamente rica, difícil, pesada e linda, com referências de todos os tipos à época retratada também por um autor que a viveu, aos autores, artistas de todo tipo, reis e reinos. Mas o melhor da leitura é como Dumas consegue explorar o oceano psicológico e as vivências de seus personagens, como suas vidas se entrelacam, e como ele consegue retratar tantas questoes filosóficas importantes de traicao, vinganca, honra, valores, humildade e aquela velha questaozinha da nossa funcao no mundo...é lindo como non dá para imaginar.).
Além de terminar essas leituras, li muitas coisas compradas na época mesma, em sua maioria, quadrinhos. Muitos foram comprados para mim, mas como dei muitos presentes (todos eles quadrinhos) para muitas pessoas, eu li todos eles antes de da-los e foram todas leituras muito ricas. Elas variaram desde uma quadrinizacao do poema "The raven" de um daqueles autores que todo faficheiro tem que fingir ter lido, o distintíssimo Edgar Allan Poe (que pra alguém que nunca leu nada do autor, foi muito interessante e legal), à história de Sun Wukong, o Rei dos Macacos que desafia os deuses com seu grande poder e astúcia e é por fim subjugado por Buda a servir de guarda costas a um monge chinês que tem a missao de resgatar os pergaminhos do Grande Veículo Budista (budismo Mahayana) na Índia (história linda, com tracos no estilo chinês antigo, muito phoda). Li também o "Minha Vida" de Robert Crumb, autobiografia em quadrinhos de um dos mais sensacionais quadrinistas do século que vivenciou com visao crítica e também autocrítica muito do que rolou desde 1950 até hoje nos EUA e no mundo, história comprada para o aniversário de meu amiguinho completamente insano Viktor Krum Hugus Thorris. Já o enorme livro "Nova York - Vida na grande cidade", é um maravilho livro do avô dos quadrinhos, Will Eisner, um dos primeiros quadrinistas profissionais do mundo, que retrata com a visao de um poeta antropólogo urbano cenas do cotidiano de Nova York sob a visao de vários de seus "tipos urbanos". Sao histórias lindas e comoventes que eu espero embora duvide que a pessoa que ganhou tal livro vá ler: meu pai.
Minhas férias incluíram também aventuras emocionantes, como a festinha na casa da srta Damis que eu quase fiquei tempo o suficiente se non fosse a comemoracao do aniversário de Viktor no mesmo dia. A primeira teve legal pra conhecer os amigos insanos dela e beber LICOR DE PINGA com eles (o que é delicioso, btw). A segunda foi um evento de bebemorar no Stadt Jever, encontrando non somente o aniversariante, como óbviamente, o primo do Pirú (Leo) e alguns de seus amigos, comer muito bem e ser feliz. Saí aleatóriamente por vezes e encontrei com amigas lindas e super legais como a srta Rodrigues (que tem uma afilhada linda agora) e a srta Castanha.
Muitas saídas com os casais da vez: Tutoo/Ziza, Victones/Laurógenes, Luken/Amandao/Fluffy tendo por vezes Smígol e Olívia por perto. Saídas emocionantes, as vezes tendo videogame (ÓWRÁIT!!!), às vezes tendo filmes (YEAH!), às vezes tendo filmes cult (hun?), SEMPRE tendo porcaritos pra comer (nem comento), e às vezes tendo outras pessoas, como Felipesco, Donald, Davi e outras pessoas legais que por uma razao ou outras non encontrei muito nas férias.
Níver do Vickie reuniu TUDO isso, mas principalmente muito videogame e gritaria (BE-BE-BE-BEHOOOOOOOOOLD MA PÁUAR!).
Gostaria MUITO de ter encontrado minhas maninhas adotadas de coracao, mas non foi dessa vez...
Vejamos. Si, eu comecei a praticar Wing Tjun, e essa é de fato a primeira vez que estou feliz, empolgado e contente praticando uma arte marcial. Penso nas técnicas que aprendo, nas filosofias chinesas que tenho estudado e na história da China e do Kung Fu, e esse enriquecimento me tem feito muito bem. Comecei a fazer musculacao também e estou ainda tentando me acostumar ao ritmo de vezes na academia. Mas creio estar indo bem =)
Outras coisas que rolaram nas férias foram muitas reflexoes interessantes sobre o que fazer com minha vida, que tiveram muita influência dos quadrinhos, de Jung, do início da minha releitura de Berserk e do meu interesse pela área da comunicacao e letras. Digamos que algo em torno de estudar o funcionamento dos quadrinhos como meio de transmissao de idéias, e textos dos mais variados tipos. E isso ao menos definiu que minha formacao complementar non vai ser nem psicologia nem socioambientais. Serááááá...Communication!

E enfim, eis que as férias acabaram, com a transicao do Carnaval e o início do trabalho no Gesta. Sobre o Gesta, tenho me empolgado bastante por trabalhar lá, mas ainda tenho muito que crescer para estar à altura de qualquer um lá, pois todo mundo parece tao mais phoda e experiente que eu. Sobre o Carnaval, eu havia me decidido por ficar em BH pra curti-lo em Sta Teresa, mas acabei por non fazer NADA além de ver replays de Starcraft II, reler Berserk, baixar e ouvir Folk Metal e jogar RPG.
O níver do Fluffy e da Gabi eu non vou comentar por aqui por...porque eu non to a fim agora, mas digo que eles foram legais e curti muito eles.

Já na primeira semana de aulas, revi pessoas da minha salinha e conheci metade de meus professores. Clima de Fafich me cansa um pouco, e a rotina é algo para o que eu tentei me preparar mas já estou me dando conta do quanto vou precisar de disciplina e de desenvolver alguns hábitos e estratégias para lidar com os famosos corredores da fafich e seu universo de pessoas. Sempre tem gente que non vale a pena ver, hora que non dá pra você ver gente que você non consegue evitar conversar, e lugares que você non deve visitar em determinados momentos. E eu ainda preciso de mais o que fazer.

POR FIM, o dia de Sao Patrício. Non vou nem me dar ao trabalho de falar em inglês. Bem, pra mim foi empolgante participar pela primeira vez de uma comemoracao desse dia, uma vez que TODAS AS OUTRAS eu comemorei sozinho e autista, vestindo verde numa comemoracao de pouco sentido. Dessa vez, mesmo tendo sido a festa organizada nada mais que uma micareta, foi um dia em que me vesti com minhas roupas mais orgulhosamente verdes, bebi hidromel pela primeira vez, encontrei alguns amigos por pouquíssimo tempo, me perdi de todo mundo toda hora, mas volta e meia encontrava outra pessoa. No fim, as partes mais legais foram com o Viktor mesmo, que me entreteu muito com o efeito de beber vodka nonstop por 5 horas. Mas non cheguei a fazer nada que realmente valesse muito a pena, e o que foi mais legalzinho foi ir comer pizza com Caixeta, Vickie/Laura e Tutoo/Ziza.
Explicacao para a micaretagem: é tipo assim: o dia de sao patrício non é conhecido em BH. quem quiser financiar uma festa dessas precisa popularizar. o financiador tem medo de que as pessoas de BH non curtam tanto os aspectos mais típicos como dancas alegres, músicas típicas, bebidas diferentes, apresentacoes legais, blocos de ruas com kilts e gaitas de foles, coisas assim. daí ele investiu no que é mais seguro dos brasileiros curtirem e que ainda tem a ver com a festa: beber cerveja e inventar uma desculpa de festa temática (vistam verde) pro povo se pegar e se embriagar.

Hoje non fiz NADA que preste. Eu vi replays, comi, vi dois episódios de South Park (um deles ótimo) e por fim me cansei de tudo e resolvi sair andando ouvindo músicas com um livro na mao para talvez ler (Cartas da Mae). Foi daquelas saídas que non me levaram a lugar nenhum, mas que durante o andar me fizeram esvaziar raivas, extravasar sentimentos ruins, sentir outros sentimentos ruins, mas principalmente, me ajudou a lidar com eles bem. E o que me ocorreu de melhor, foi na volta olhar pra lua. Pois a lua HOJE estava linda pra mim. HOJE ela estava grande e viva e linda, e HOJE ela de fato mexeu comigo, diferente de ontem. E hoje eu ao menos voltei sentindo a melancolia bonita que me faz pensar que se o dia foi chato e tosco, isso non tem necessariamente muita importância, e que há tanta coisa linda pra eu pensar, ver e tentar ainda. Mesmo a despeito de tanta coisa ruim que entra na minha vida e non sai. Se non sai, quem sabe non era pra sair mesmo e eu devia era ver o que eu faco pra conviver com elas?

Bem, boa noite pra vocês que chegaram até aqui, abracos virtuais e até a próxima! 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os peixinhos do Orkut

Olá para todos!
Hoje eu pretendo fazer algo que já estava na minha cabeca a um tempo, que é responder uma pergunta que me foi feita de uma forma muito interessante. E vou aproveitar para non somente responder ela da maneira que eu consideraria habitual, mas fazer de uma forma mais articulada e me dar a liberdade para alguns paralelismos e analogias, escrevendo por aqui.
Indo direto ao ponto, eu havia anunciado em minha mensagem pessoal do Orkut alguns dias atrás, a minha "sorte do dia", no alemao original, "vergiss und vergib". O Orkut algumas vezes posta, dentre as comuns mensagens piegas, algumas mensagens que me fazem refletir (non que isso faca delas menos piegas, mas às vezes eu acabo pensando sobre ela querendo ou non) sobre seu significado, e essa foi uma delas, já que eu vinha já refletindo tanto sobre temas de esquecer e temas de perdoar nos últimos tempos (quem acompanhou o último blog viu apenas uma novela de reflexoes relacionadas a isso). E si, "vergiss und vergib" significa "esqueca e perdoe", como vocês já provavelmente sacaram.
Daí uma garotinha do meu Orkut fez a pergunta óbvia para todos que olharam para a minha mensagem e pensaram alguma coisa a respeito. Enquanto muitos pensaram que eu devia ser mais claro e se indagaram quanto a porque diabos eu escrevo algo em alemao quando a maioria do meu Orkut non sabe isso, e outros já chegaram a suas próprias conclusoes a respeito e apenas vivem felizes com elas, algumas pessoas ainda se apegam à simplicidade de perguntar "o que isso significa?".
Eu acho curioso analisar a forma como as pessoas usam as redes sociais e como elas se comunicam, e o Orkut foi a primeira rede social que conheci e a primeira que o Brasil de fato assimilou. A grande maioria dos meus amigos e da populacao jovem em geral tem uma conta no Orkut e é muito legal notar as curiosidades da rede. Uma das coisas mais estereotipizadas que se diz a respeito do Orkut (e foi dito desde o início de sua existência) é que é um vício absolutamente inútil. Como grande parte dos estereótipos, tem uma funcao comunicativa bem mais voltada para resumir usando o senso comum uma questao que non interessa muito de forma a criar assunto, e como grande parte dos estereótipos, foi levado a sério por muita gente que non pensou que talvez non seja bem assim. O Orkut tem várias funcoes, e eu non conheco nenhum infeliz que de fato usa o Orkut em sua plena extensao. Mas acho que já é algo premeditado aos criadores do Orkut que non se espera que as pessoas de fato usem individualmente todas elas. O Scrapbook a princípio tem a simples funcao de funcionar como o que o próprio nome indica, um mural de recados aonde as pessoas trocam informacoes. É provavelmente bem claro que essa funcao se voltaria principalmenta para fofocas de vários tipos. Tanto pessoas que falam dos outros, como pessoas que falam do que tá rolando em sites de notícia, como pessoas que falam das coisas que foram lidas no Scrapbook do outro. Fotos, comunidades, o Orkut foi a primeira forma que os brasileiros encontraram de se enganerem a respeito do quanto os outros se importam com eles, passando horas de vários dias esperando saber o que o outro achou da última atualizacao do profile, das últimas fotos colocadas, da última mensagem enviada, de como as comunidades em que entrou tem repercutido. Foi também uma forma para alguns brasileiros de conhecerem uns aos outros superficialmente sem ter que puxar assunto, ou uma forma de facilitar esse assunto, devido às comunidades compartilhadas, as informacoes expostas mais facilmente e simplesmente fotos de perfil ou amigos em comum.
Mas definitivamente, o vício que isso gerava, as horas gastas no trabalho de construir um perfil que pudesse fazer com que alguém se interessasse em perguntar o que a gente queria, ou apenas em conseguir filtrar algo de útil no papo alheio, ou em ver os efeitos deixados por mensagens mais ou menos galantes, isso tudo foi algo bem marcante, e que definiu o Orkut como um mal necessário, quase uma droga.
Essa definicao é bem antiga, se vocês notarem, uma vez que o Orkut passou por várias atualizacoes, e principalmente, o mundo também. A internet mudou e as pessoas mudaram, e o Orkut com certeza fez parte desse crescimento, e impôs várias necessidades novas nos navegadores da web. O advento do Facebook foi no entanto a primeira vez que de fato o Orkut foi golpeado de forma irreversível. O Facebook tem uma lógica de funcionamento bem diferente do Orkut, que é muito mais dinâmica. Enquanto o Orkut enfatiza a construcao de uma personalidade virtual, de um segundo eu, com milhares de comunidades, milhares de scraps, milhares de amigos e fotos e vídeos e descricoes e formulários e o caralho a quatro, o Facebook non se preocupa com nada disso. Ele oferece si, todas essas possibilidades do Orkut, mas com a dinâmica do Twitter e de forma muito mais prática. O que há de mais durável no Facebook é o álbum de fotos, e ele é a única forma de alimentar algo antigo no Facebook e ter nostalgia ao admirar antigos comentários. No Facebook as pessoas focam em comentar impressoes e reflexoes do dia a dia, como um mini diário de coisas inúteis, e compartilhar o que foi achado na internet. Essas nossas impressoes sao jogadas num grande rio de atualizacoes dos amigos, e a utilidade disso tudo é comentar e mostrar sua impressao do que foi dito pelos outros. Devido a isso, o que non chama a atencao fica pra trás e é esquecido. A cultura de resgatar o que foi dito ou reler algo, ou rever um vídeo é bem mais difícil de se propagar lá, uma vez que passadas as impressoes, tudo vai eventualmente ser tragado pelo eterno fluxo das atualizacoes do FB.

E é engracado como isso me trás de volta à pergunta que a minha amiguinha do Orkut me havia feito. Uma pessoa que ainda usa o Orkut em sua atual tentativa de se adaptar à concorrência do FB é, para mim, algo muito surpreendente. Non o usar o Orkut, mas...agora que muitos migraram para o Facebook, receber um comentário de alguém sobre algo que agora parece tao banal e ordinário como uma atualizacao do Orkut tem um sabor especial. Assim como conversar com alguém através da Truth Box do Orkut, ou apenas ser notado.
O mundo se encheu de um dinamismo que fez as coisas parecerem muito iguais e colocou muito sob perspectiva. Acho que eventualmente as pessoas do mundo das exatas que odeiam história vao sacar que isso é um micro modelo de como é interessante sacar a perspectiva da mudanca e do contexto de cada coisa.

Na minha opiniao, acho que é importantíssimo lembrar sempre. Sem a memória, o perdao non tem valor algum. A memória traz o toda a sabedoria que se acumulou em nossas experiências, e mesmo aquilo que parece bobo tem algum valor. Assim como mesmo aquilo que parece super importante, na verdade nem é lá tao incrível. É importante saber reconhecer o valor de tudo para saber se adaptar a qualquer coisa. E ser feliz de verdade. O esquecer só tem importância pra mim quando entoado como uma forma de relativizar o que foi sentido uma hora com o que foi sentido em outra hora, e perceber que algo que se assumiu como definitivo talvez seja melhor reconsiderado. E sério, isso me lembra muito os conselhos de Maquiavel sobre como as pessoas de Virtù sao as que melhor sabem lidar com esse grande rio caudaloso chamado de Fortuna.

Lets Go entao, felizes como peixinhos que somos no rio da vida =)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mas o que que rola?

Mais um blog que crio, seguindo a recomendacao já de tempos atrás de uma pequena garota muito querida, dessa vez finalmente tendo um blog que alia a simplicidade de poder postar fotos e textos, com a habilidade incrível de poder receber comentários xD Mas vou apenas continuar as postagens do meu blog do Terra, entao, moving on....

Eu estava a conversar com minha amiguinha Janis ontem a noite pelo msn quando foi abordado o tema de como esse ano de 2011 representa para nós dois um ano de reconstrucao. A análise que eu tinha feito foi primeiramente com base na filosofia védica dos ciclos de criacao, permanência e destruicao, e assim, constatamos que depois de escolhermos caminhos e seguirmos por eles por um tempo, chegamos a um ponto de conhecimento, análise e constatacao que nos fez repensar todo o caminho. E quando ela me perguntou sobre a quantas andava a minha vida, minha explicacao fluiu tao bem que eu acho que se eu non tivesse falado talvez nem eu mesmo tivesse agora tanta clareza sobre as fases da minha vida. Por isso, decidi que vou reaproveitar grandemente essa minha resposta aqui para contar um pouquinho da minha história recente =)
"Esse ano que passou agora foi um ano cheio. eu cresci muito, mas de uma forma horrivelmente doída. Tentei muita coisa, foi meu primeiro ano de faculdade, entrei em contato com muita coisa, sinto que fiz muito mas que eu segui no automático. Non sinto que eu estava no comando.
Sabe, a muito tempo eu queria entrar na faculdade de ciências sociais. MUITO. E eu sou uma das pessoas que mais tinha bem planejado o que ia fazer por lá, e uma das que tinha mais estudado a faculdade e minhas perspectivas antes, pra non me iludir com caminhos errados da universidade.
Mas o término atribulado de meu namoro me tirou completamente dos meus eixos, e acho que apenas segui no piloto automático de tais planos. Eu segui, e acho que até devo ter acertado muita coisa que fiz, mas parece que non fui eu... Sinto como se o ano tivesse passado de forma meio vaga. Porque non importa o quanto eu sentisse que era importante eu falar com tal professor foda em tal assunto, eu fazer uma aula de kung fu, eu encomendar um instrumento, eu procurar um emprego, eu estudar muito tal assunto, nada disso realmente parecia importante de verdade.
E exatamente porque muito do que eu quis, e muito do que eu era ao chegar na faculdade estava ainda conectado fortemente a ela. E quando basicamente a conexao foi cortada a machadadas sem anestesia, e ainda ficaram alguns tendoes pendendo, eu tive um trabalho forte em tentar descobrir o que eu tinha ou non que separar ou tentar inutilmente curar. Ano passado passou nisso, em eu descobrir o que investir ou non. E agora que sinto que o trauma está aliviando mais, defini que essas férias seriam para mim. Non interessava mais nada, eu queria essas férias pra me preocupar SÓ comigo e com me descobrir, o que eu sou, do que eu gosto, o que eu quero fazer, de quem eu gosto, porque eu faco o que faco, essas coisas. E acho que está sendo bem proveitoso."

Bem, foi isso que eu conversei. Fiquei impressionado mesmo foi com a velocidade com que falei o que estava na minha cabeca por tanto tempo...De fato, nessas férias voltadas a mim mesmo, eu non quis viajar. Quis ficar aqui em BH de boa, sem pressa, sentindo a mim mesmo, as minhas reacoes e emocoes ao que está ao meu redor, sentindo o tempo passar...Sentindo, em poucas palavras. As muitas chuvas, as músicas, o saltério sendo lentamente montado e afinado, o recém iniciado treinamento de Wing Tjun, as leituras retomadas de livros, o projeto da gibiteca....Todas essas pequenas coisas de pequena importância receberam toda a importância, a importância de serem as únicas preocupacoes das minhas férias, além de sair vez ou outra ou jogar videogame, dormir e comer. E é isso que tem me feito bem, e tem me feito mais feliz por me trazer tanto práticas como experiências virtuosas. A sabedoria daí proveniente é a que eu preciso de fato para seguir um caminho de vida do qual eu non me arrependa, e acho que é disso que a vida se trata.
Beijubas para todos, e até mais!